1 de agosto de 2019

BC baixa juros para 6% ao ano, menor nível histórico, e indica mais cortes

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu baixar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 6,5% para 6% ao ano. Com isso, a Selic atinge uma nova mínima histórica e a poupança continua rendendo menos. A decisão foi unânime


Esse foi o primeiro corte após dez reuniões de manutenção da Selic. Em seu comunicado, o comitê do BC indicou que pode fazer novos cortes nas próximas reuniões, ao afirmar que "a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir ajuste adicional no grau de estímulo".

Também nesta quarta, o Federal Reserve (FED, Banco Central dos Estados Unidos) cortou a taxa de juros pela primeira vez em 11 anos, desde a crise financeira de 2008. O corte foi de 0,25 ponto percentual, levando as taxas à faixa de 2% a 2,25%.

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. A Selic não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos. Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros média do cheque especial subiu em junho para 322,2% ao ano. Os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 300,1% ao ano, em média.

Apesar do impacto pequeno, operações de crédito devem ficar mais baratas para o consumidor. Os juros do cheque especial ficarão 0,58% mais baixos, caindo dos atuais 280,92% ao ano para 279,29% ao ano. Isso significa que um consumidor que usar 1.000 reais de limite de cheque especial por 20 dias, pagará R$ 0,27 a menos com a nova taxa básica de juros.

O impacto modesto pode ser visualizado em operações de crédito mais longas e mais caras, como o financiamento de um carro. Ao financiar um veículo de 40.000 reais em cinco anos e sem entrada, o valor médio da parcela é de 1.042,03. Com a Selic a 6% ao ano, essa parcela cai para 1.031,47 reais. Ao final dos cinco anos, o consumidor pagará 633,59 reais a menos com a nova taxa básica em vigor, queda de 1% no valor total.


Poupança rende menos

Desde setembro de 2017, a poupança passou a render menos devido a uma regra criada em 2012. Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a rentabilidade da poupança é de 6,17% ao ano (0,5% ao mês) mais TR (Taxa Referencial).

Porém, quando a Selic é igual ou menor que 8,5%, a poupança passa a render 70% da Selic mais TR.

Juros x inflação

Os juros são usados pelo BC como uma ferramenta para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a cair. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. A meta é manter a inflação em 4,25% este ano, mas há uma.

Como ficam as operações de crédito

Financiamento e empréstimos têm taxas ligeiramente menores com a queda da Selic de 6,5% ao ano para 6% ao ano.

Juros deCom Selic a 6,5% a.aCom Selic de 6% a.a
Cheque especial280,92%279,29%
Cartão de crédito268,83%267,25%
Empréstimo pessoal (Financeira)118,00%117,02%
Juros do comércio79,59%78,77%
Empréstimo pessoal (bancos)53,58%52,87%
Financiamento de veículos (CDC)20,98%20,41%

Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/07/31/bc-decisao-juros-selic.htm/ - https://veja.abril.com.br/economia/queda-de-05-ponto-na-selic-deve-ter-pouco-impacto-para-o-consumidor/

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